Os brigadistas Edinelson Maciel e José Almir morreram em Uruçuí. Os dois sofreram queimaduras quando trabalhavam no combate a um grande incêndio no povoado Santa Maria, em Uruçuím, na tarde de segunda-feira (23).
Um dos brigadistas morreu carbonizado no local segunda-feira. O outro foi levado para um hospital, e não resistiu aos ferimentos nesta terça.
O Corpo de Bombeiros Militar do Piauí divulgou nota lamentando a morte dos brigadistas. Confira:
Para combater os incêndios de grandes proporções em várias partes do Estado, o Comando de Operações dos Bombeiros Militares do Piauí vem intensificando as visitas e os treinamentos das brigadas municipais.
Infelizmente, os riscos envolvidos nessas situações afetam diretamente membros de dois grupos essenciais no combate aos focos de incêndio: os Bombeiros Militares e as brigadas de incêndio.
Dois brigadistas faleceram no município de Uruçuí, a cerca de 530 quilômetros de Teresina. As vítimas, Edinelson Maciel e José Almir, tentaram conter um grande incêndio junto à brigada local, mas não resistiram aos ferimentos e faleceram no local.
“Lamentamos profundamente a perda desses dois homens de Uruçuí. Só nós e Deus sabemos os riscos que enfrentamos a cada foco de incêndio, a cada ocorrência. Diante dessa tragédia, fica a reflexão de que precisamos da colaboração da população e que, principalmente, não somos heróis. Temos limitações e obstáculos, por isso é prudente solicitar nossa ajuda sempre que possível, seja para um militar, um brigadista ou até mesmo um cidadão comum”, declarou o Subcomandante Geral dos Bombeiros Militares do Piauí, Coronel José Veloso.
Equipes de Especialistas em Combate a Incêndios Florestais do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí, que fazem parte do acordo Técnico-Operacional com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), continuam monitorando o fogo no interior do Estado e treinando novos brigadistas.
O Governo Federal, por meio do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), juntamente com o Governo do Estado, representado pelo Corpo de Bombeiros Militar do Piauí (CBMEPI), pela Defesa Civil Estadual e pela Semarh, além de outros órgãos que compõem a força-tarefa de combate aos incêndios florestais no Piauí, participa desde o último dia 18 de setembro das visitas técnicas operacionais. Essas visitas têm como objetivo expandir o processo de monitoramento das brigadas municipais e realizar o cronograma de ações de treinamento das equipes de brigadistas.
“As visitas continuam ao longo desta semana, abrangendo cidades da região Sul e Sudoeste do Estado, como nas proximidades de Picos, onde nossos oficiais realizam todas as ações previstas no acordo. Isso inclui palestras, treinamentos, e, em parceria com a Semarh, certificamos as brigadas como aptas a atuar com os equipamentos e estratégias adequadas”, destaca o capitão dos Bombeiros Militares e responsável pelas visitas in loco, William Bogéa.
Atualmente, cerca de 66 municípios do Estado possuem brigadas, compostas em média por 13 a 20 brigadistas, totalizando mais de 850 homens.
O Subcomandante Veloso enfatiza que, apesar das dificuldades logísticas para atender todas as ocorrências no Piauí, a parceria entre os voluntários e as equipes da Corporação tem sido fundamental no enfrentamento das queimadas que atingem o Estado.
“Gostaríamos de ter equipes nas principais regiões afetadas pelos incêndios, mas isso ainda não é possível. Mesmo assim, onde somos chamados, os Bombeiros Militares fazem de tudo para estar presentes, seja com grupamentos, brigadas ou até mesmo com o auxílio da Polícia Militar e sua aeronave, que já foi utilizada em alguns casos este ano”, ressalta José Veloso.
“A nossa intenção é cumprir a missão com eficiência e em coordenação com os demais órgãos do Estado”, completou.
Nosso foco é o fogo
Os trabalhos de prevenção e contenção das queimadas começam antes mesmo do período de estiagem. Entre as iniciativas está o projeto “Agosto Cinza”, lançado este ano.
Os objetivos do projeto são prevenir, combater e fiscalizar queimadas nos municípios indicados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e pelos dados da Semarh.
Por meio de materiais educativos e visitas presenciais, os Bombeiros Militares também visitam escolas com o intuito de sensibilizar alunos e professores sobre os riscos e prejuízos das queimadas ilegais e dos incêndios florestais.




