
Localizado em região de mata nativa, nos bairros Ininga e Socopo, na zona Leste de Teresina, o campus sede da Universidade Federal do Piauí (UFPI) é habitado por animais silvestres. Frequentemente eles são avistados pela comunidade acadêmica. Visando a manutenção da vida desses animais e na proteção às pessoas da comunidade, a Coordenadoria de Sustentabilidade Ambiental (Cosam), ligada à Prefeitura Universitária (PREUNI), publicou procedimentos para a convivência harmoniosa e segura com os animais silvestres.
Mas o que fazer ao deparar-se com esses animais nas dependências do Campus e sentir alguma ameaça? As recomendações incluem não se aproximar, não tentar capturar, não oferecer água nem comida. O que se deve fazer é comunicar a Central de Vigilância da UFPI, que irá ao local e tomará as medidas necessárias para assegurar que o animal não irá atacar as pessoas, inclusive, em alguns casos, chamando o corpo de bombeiros para a remoção. As orientações se estendem ainda ao possível contato com animais comunitários (cães e gatos) que possam estar com raiva.
A coordenadora de Sustentabilidade Ambiental da UFPI, professora Mayra Fernandes, também chama à atenção da comunidade para evitar o atropelamento desses animais, buscando trafegar em baixa velocidade, especialmente, ao passar por áreas verdes, não acelerar ao avistar os bichos, além de não buzinar, o que pode assustá-los e fazê-los ir em direção ao veículo.
No campus sede da UFPI, é possível presenciar animais silvestres como cobras, iguanas, saguis,“mucuras” (espécie de gambá), jacarés e capivaras. O professor do Departamento de Biologia, Davi Pantoja, explica que, com a construção do Campus, na década de 1970, muitas espécies acabaram desaparecendo, mas as que sobreviveram convivem com a comunidade acadêmica e moradores do entorno.
“Animais silvestres são componentes fundamentais para manutenção das características ambientais das quais depende a sadia qualidade da vida humana. E todos os cidadãos são corresponsáveis pela proteção e preservação da fauna”, completa o professor Davi Pantoja, doutor em Ecologia e curador da coleção Zoológica da UFPI.
A coordenadora da Cosam/UFPI, professora Mayra Fernandes, acrescenta que a preocupação da Universidade com a divulgação dessas orientações é contar com a parceria da comunidade para proteger os animais e as pessoas. “Gostaríamos de contar com a colaboração da comunidade ufpiana que, ao perceber a presença de um animal da nossa fauna silvestre, preserve-o no sentido de manter a sua vida e de não se expor a nenhum risco, porque esse animal está desempenhando um papel que é fundamental para a manutenção mínima do equilíbrio desse ecossistema no qual a UFPI está inserida”, diz.
Programa de Bem-Estar Animal em construção
A Universidade trabalha também na construção de um programa de bem-estar animal na UFPI sob perspectiva da saúde única. Uma comissão foi criada em julho deste ano, com a participação de docentes, técnicos e discentes do campus sede e da multicampia, além da representação dos hospitais veterinários, e iniciará reuniões para desenhar uma proposta da política para o setor.
“Temos numa mesma comissão membros que olham para os animais comunitários (gatos e cachorros deixados na UFPI), membros que olham para os animais silvestres, e engenheiros de manutenção que avaliam como compatibilizar a presença dos animais com a manutenção da estrutura do campus, para que possamos apontar um caminho organizado de como tratar essa questão de modo a contemplar todas as esferas envolvidas”, detalha a professora Mayra Fernandes.
Mais sobre o Protocolo – As orientações do Protocolo de convivência com animais silvestres da UFPI estão disponíveis no site da Cosam e no instagram @cosam_ufpi. Qualquer dúvida, basta falar com a Cosam pelos contatos (86) 2222-5611 e email cosam@ufpi.edu.br.