
Devoção e festa. Com estas duas palavras em mente milhares de pessoas e dezenas de grupos folclóricos se espalharam desde a escadaria da Capela de São Pedro até a frente da Casa das Minas, ao longo da Rua de São Pantaleão, do fim da noite da sexta-feira (28) até o amanhecer deste sábado (29), para mais um ano do tradicional encontro de grupos de bumba-meu-boi na Capela de São Pedro, no bairro Madre Deus, em São Luís. A celebração contou ainda com procissão marítima e terrestre.
O encontro de grupos de bumba-meu-boi na Capela de São Pedro é uma das maiores tradições do São João do Maranhão. Momento importante para agradecer ao santo por mais uma temporada junina cheia de festa, alegria e muitas graças alcançadas. Por isso, o Governo do Maranhão apoia e salvaguarda a festa popular.
Há 13 anos, a advogada Lorena Amorim acompanha o festejo que, para ela, é um grande encontro da cultura popular com o restante da população maranhense e a melhor forma de encerrar a temporada junina na capital.
“Fui pela primeira vez em 2011 a convite de uma amiga que tinha ido no ano anterior. Ela me disse que eu iria gostar muito, porque ela sempre soube que eu sou apaixonada pelo sotaque de matraca. E, de fato, desde a primeira vez que eu fui achei tudo muito lindo. Eu fiquei encantada por poder acompanhar o cortejo, entrar com os bois na capela e amanhecer, vendo todo mundo se movimentando para ver a nossa cultura. Eu acho essa celebração mágica”, disse Lorena Amorim.
Mas não são apenas os grupos de bumba-meu-boi de matraca que participam do momento que é um dos marcos da despedida do período junino em São Luís. Bois dos sotaques de baixada e de zabumba vindos do interior do estado, e mais recentemente até mesmo alguns grupos do sotaque de orquestra, reúnem-se no Largo de São Pedro para festejar e reverenciar o santo.

No local há quem vá pagar promessas, fazer preces, renovar os votos depois de mais um São João ou apenas curtir a madrugada de festejo. No público, maranhenses de todas as regiões, artistas, intelectuais, moradores das imediações e até mesmo turistas que vão atraídos pela riqueza cultural maranhense.
Celebração religiosa
No lado mais religioso da festividade São Pedro, que é tradicionalmente conhecido como o padroeiro dos pescadores, recebe outras duas homenagens: uma procissão marítima e outra terrestre.
A procissão marítima teve início por volta das 10h. Como ocorre todos os anos a imagem de São Pedro saiu da Rampa Campos Melo, no Cais da Praia Grande, passando pela Ponte São Francisco, Ponta d’Areia e região próxima à área Itaqui Bacanga, voltando à rampa para ser recepcionada pelos fiéis. Durante o trajeto, diversas embarcações acompanharam o santo.
No decorrer da procissão, muitos devotos aproveitaram para pagar suas promessas. “Há mais de 20 anos eu participo desta procissão. É um sentimento de gratidão pelo nosso padroeiro. É uma grande satisfação concluir o festejo de São Pedro com essa procissão marítima”, disse Vera Gonçalves, que faz parte do grupo Rezadeiras de São Pedro.
Lúcia Batalha é mais uma devota que não perde a oportunidade de homenagear o santo. “São Pedro é um santo pelo qual eu tenho uma devoção e um carinho muito especial. Tanto que eu não perco a data de hoje e todos os anos venho homenageá-lo”, comentou.
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