O grupo proprietário informou que pretende instalar o seu escritório no imóvel localizado na zona Norte de Teresina, sem reforma.
O Ministério Público do Piauí recomendou que a Prefeitura de Teresina não autorize a demolição do complexo Meduna, que inclui a capela e o antigo hospital psiquiátrico. Além disso, não deve ser feita nenhuma reforma que descaracterize a edificação, um patrimônio histórico-cultural da cidade.
A mesma recomendação foi enviada ao grupo Sá Cavalcante, que adquiriu o imóvel há quase dez anos, segundo a promotora de Justiça Gianny Vieira de Carvalho, da 24ª Promotoria de Justiça de Teresina.
“O hospital, mesmo em estado precário de conservação, mantém sua arquitetura monumental, com traços dos estilos neoclássico e neocolonial, característicos das construções dos anos 1950. Além disso, o complexo possui inegável importância histórica, enquanto referência para a medicina psiquiátrica piauiense, à época. Consideramos legítima a preservação desse acervo arquitetônico-cultural para a cidade”, disse Gianny Carvalho.
O conjunto arquitetônico foi incluído no Inventário do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) em 1998, e novamente inventariado na atualização de 2015. A propriedade tinha uma imensa área verde. Em parte dela foi construído um shopping center.
Em nota, a direção do Shopping Rio Poty informou que a “companhia tem como projeto para o local a reimplantação do escritório para apoiar os novos empreendimentos residenciais que serão lançados em 2021”.
Reforma
A Universidade Federal do Piauí (UFPI) divulgou em dezembro de 2020 que celebrou um convênio com o grupo Sá Cavalcante para reforma da capela, em parceria com a Arquidiocese de Teresina. A UFPI também informou que tinha a pretensão de instalar um centro tecnológico nas outras dependências do imóvel.
Meduna
O Meduna era um hospital psiquiátrico construído pelo médico Clidenor de Freitas Santos. Inaugurado em 1957, passou a empregar um método considerado revolucionário no tratamento de pessoas com transtornos mentais.
Localizado no bairro Cabral, na zona Norte de Teresina, o sanatório encerrou as atividades em 2010.
