O romancista estava em sua residência quando passou mal e foi atendido pelo Samu, mas não resistiu.

O escritor piauiense Assis Brasil morreu na noite de domingo (28), aos 93 anos. A morte do intelectual foi confirmada em nota de pesar divulgada pela Academia Piauiense de Letras (APL), onde ele ocupava a cadeira número 36.
Assis Brasil sofreu um acidente doméstico na quarta-feira (24) passada. Como consequência, teve fratura na perna e na sexta-feira foi submetido a cirurgia. Ele recebeu alta no sábado e se recuperava em casa.
Ontem à noite o escritor passou mal, com dificuldade respiratória, e foi atendido por uma equipe do Samu, mas não resistiu, segundo a nota da APL. Ele morreu por volta das 20h, em casa.
O corpo de Assis Brasil está sendo velado na funerária Pax União, na zona Sul. O sepultamento está previsto para às 16h, no cemitério Jardim da Ressureição, zona sudeste de Teresina.
Nota da APL
Em nota assinada pelo seu presidente, jornalista Zózimo Tavares, a APL lamentou a perda do escritor.
“O silêncio de Francisco de Assis Almeida Brasil, aos 93 anos, enluta a Academia Piauiense de Letras, onde ele ocupava a Cadeira 36, e representa uma grande perda para o Piauí e a Literatura Brasileira, que ele engrandeceu com o seu gênio literário nas mais de 100 obras escritas e publicadas”, diz a nota.
Biografia
Francisco de Assis Almeida Brasil nasceu na cidade de Parnaíba, em 1932. Foi romancista, cronista, crítico literário e jornalista. É um dos nomes mais importantes da literatura brasileira.
Teve e tem uma intensa participação na imprensa nacional. Crítico Literário do Jornal do Brasil, 1956-1961; Colunista Literário do Caderno B do Jornal do Brasil 1963-64; Crítico Literário do Diário de Notícias, Rio, 1962- 63; Crítico Literário do Correio da Manhã (Revista Singra e Suplemento Literário), Rio, 1962 e 1972; Crítico Literário de O Globo (Arte e Crítica), 1969-1970; Colunista Literário da Revista O Cruzeiro, Rio, 1965-1976; Crítico Literário do Jornal de Letras, 1964-1989.
Ele publicou artigos e ensaios nos seguintes órgãos culturais: Senhor, Mundo Nuevo, Revista do Livro, Leitura, Enciclopédia Bloch, Usina, suplemento de O Estado de São Paulo, Diário Carioca, Tribuna de Imprensa, Jornal do Comércio, Minas Gerais, Correio do Povo, O Povo. Atualmente (1994) faz crítica literária no Tribuna de Imprensa. Bibliografia. Tem 106 obras publicadas.
Romances: Tetralogia Piauiense: Beira Rio, Beira Vida, 1965; A Filha do Meio Quilo, 1966; O Salto do Cavalo Cobridor e Pacamão; Ciclo do Terror: Os que Bebem como os Cães e outros. Romances Históricos: Nassau, Sangue e Amor nos Trópicos e Bandeirantes – os comandos da morte, etc. Contos: Contos do Cotidiano Triste, História do Rio Encantado e outros.
Ensaios: Faulkner e a Técnica do Romance. O Jornal de Letras do Rio de Janeiro, em sua edição de dezembro de 1998, traz o romance Beira Rio, Beira Vida, entre os cem melhores do gênero já publicados no país. Pertence à Academia Piauiense de Letras.