O Piauí perdeu 13.274 habitantes no saldo migratório entre os anos de 1997 e 2022, de acordo com os dados do Censo Demográfico 2022: Fecundidade e migração: Resultados preliminares da amostra, divulgados hoje (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No período, segundo o levantamento, 100.877 piauienses passaram a viver em outros estados, enquanto 87.603 trocaram outras unidades da federação pelo Piauí. O estado é o quinto em perda de pessoas no processo migratório, atrás de Sergipe (6.036), Rio Grande do Norte (4.633), Roraima (2.738) e Ceará (697).
Ainda de acordo com os estudos do IBGE, mais de 1 milhão de pessoas nascidas no Piauí estava residindo em outras regiões em 2022. Destas, 317 mil fixaram residência em São Paulo, em busca de melhores condições de vida. Esse número representa 31% daqueles que abandonaram o seu local de origem nas últimas décadas.
Por outro lado, os maranhenses representam a maior proporção de pessoas de fora que adotaram as terras piauienses: 113 mil imigrantes, ou 3,46% da nossa população.
Unidades da Federação | Imigrantes | Emigrantes | Saldo Migratório | Taxa líquida de migração |
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Santa Catarina | 503.580 | 149.230 | 354.350 | 4,66% |
Goiás | 371.355 | 184.528 | 186.827 | 2,65% |
Minas Gerais | 426.265 | 319.766 | 106.499 | 0,52% |
Mato Grosso | 206.858 | 102.920 | 103.938 | 2,84% |
Paraná | 327.943 | 242.898 | 85.045 | 0,74% |
Paraíba | 119.695 | 88.743 | 30.952 | 0,78% |
Espírito Santo | 102.402 | 74.534 | 27.868 | 0,73% |
Mato Grosso do Sul | 105.941 | 88.267 | 17.674 | 0,64% |
Tocantins | 71.887 | 65.856 | 6.031 | 0,40% |
Ceará | 135.791 | 136.488 | -697 | -0,01% |
Roraima | 19.618 | 22.356 | -2.738 | -0,43% |
Rio Grande do Norte | 61.447 | 66.080 | -4.633 | -0,14% |
Sergipe | 52.329 | 58.365 | -6.036 | -0,27% |
Piauí | 87.603 | 100.877 | -13.274 | -0,41% |
Amapá | 17.439 | 35.024 | -17.585 | -2,40% |
Rondônia | 43.317 | 66.076 | -22.759 | -1,44% |
Acre | 10.226 | 33.970 | -23.744 | -2,86% |
Pernambuco | 145.645 | 187.131 | -41.486 | -0,46% |
Bahia | 285.774 | 327.323 | -41.549 | -0,29% |
Alagoas | 74.772 | 117.402 | -42.630 | -1,36% |
Amazonas | 45.789 | 92.147 | -46.358 | -1,18% |
Rio Grande do Sul | 134.678 | 212.517 | -77.839 | -0,72% |
São Paulo | 736.380 | 825.958 | -89.578 | -0,20% |
Pará | 155.327 | 249.424 | -94.097 | -1,16% |
Distrito Federal | 116.581 | 216.174 | -99.593 | -3,53% |
Maranhão | 130.658 | 259.886 | -129.228 | -1,91% |
Rio de Janeiro | 167.214 | 332.574 | -165.360 | -1,03% |
Veja mais dados do Censo 2022 do IBGE:
19,2 milhões de pessoas viviam fora de sua região de nascimento, sendo que 10,4 milhões (54,0%) nasceram na Região Nordeste. Destaca-se que 6,8 milhões (65,5%) de nordestinos migrantes residiam na Região Sudeste.
As regiões Nordeste (96,6%) e Sul (91,9%) registraram os maiores percentuais de população residente em sua própria região de nascimento.
29,0 milhões de pessoas residiam em unidades da federação distintas de seus locais de nascimento. São Paulo tinha o maior volume de não naturais residindo em seu território: 8,6 milhões de pessoas. Por outro lado, 2,9 milhões de paulistas moravam em outros estados.
Bahia e Minas Gerais foram as unidades da federação que mais perderam naturais ao longo da história, com 3,4 e 3,5 milhões de pessoas, respectivamente, vivendo em estados distintos de seus locais de nascimento.
Já para a análise de data fixa, ou seja, considera como período de análise o local de residência das pessoas 5 anos antes da data de referência do Censo, Santa Catarina apresentou o maior saldo migratório e a maior taxa líquida de migração em 2022. Entre 2017 e 2022, o estado registrou um ganho populacional de 354 mil pessoas, uma contribuição de 4,66% à sua população total. Esse fenômeno marca uma mudança histórica, uma vez que São Paulo exibia o maior saldo desde a introdução do quesito de data fixa nos Censos Demográficos em 1991.
Entre as unidades da federação do Nordeste destaca-se a Paraíba, que apresentou Taxa Líquida de Migração de 0,78% em decorrência de um saldo migratório positivo de 31 mil indivíduos. Esse resultado representa o primeiro saldo positivo observado no estado desde 1991 e é relevante por ser o único estado na Região a registrar taxa positiva no ano de 2022.
Esse saldo migratório positivo da Paraíba foi impulsionado pelos fluxos oriundos de São Paulo (22,3%) e Rio de Janeiro (20,0%), possivelmente vinculada ao movimento de retorno, assim como de Pernambuco (20,4%), refletindo a interconexão entre os dois estados, especialmente na dinâmica econômica e nas relações de mercado de trabalho.
Com informações do IBGE