Os números são da Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec).
EDNALDO CÍCERO FREITAS Editor-chefe

Um estudo realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), mostra que 88,2% dos mortos pela polícia no Piauí em 2022 eram negros (pretos e pardos).
Os números fazem parte da pesquisa “Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro”, divulgada nesta quinta-feira (16).
O levantamento foi realizado em oito estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará.
Nesse universo, a polícia baiana é a mais letal, com 94,7% dos casos analisados.
No Piauí, 39 negros foram mortos no ano passado – 88,2% das ocorrências. Destes, 22 morreram na capital, Teresina. Segundo o estudo, 58,97% das vítimas no estado tinham entre 18 e 19 anos.
Veja aqui o número de mortes nos outros estados.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79,3% da população piauiense é considerada negra e parda, bem abaixo do percentual de mortes ocorridas nesse grupo em operações policiais.
A pesquisa feita nos oito estados revela que os negros representam 2.770 dos 3.171 registros de assassinatos cuja vítima tinha cor declarada.